quarta-feira, 7 de setembro de 2011

flauta transversa

deu pra sentir o tempo presente no sonho. a boca molhada de um beijo em cena. a temperatura do corpo desnudo à distância. as mãos dadas nos passos dados. o olhar sob lentes. o sorriso de frente como uma desculpa. o re-ló-gio dos segundos adiantados.


e saber que isso não é nada. poderia apenas nem sabê-lo já que nada já deixa de ser antes mesmo de existir.
"Não consigo dormir. Tenho uma mulher atravessada entre minhas pálpebras. Se pudesse, diria a ela que fosse embora; mas tenho uma mulher atravessada em minha garganta." (E.G.)

é a tal mulher atravessada entre as minhas pálpebras e na minha garganta. é essa melodia doce vinda, estranhamente, de alguma coisa transversa.

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